Intolerância, violência e o futuro incerto no Leste e Sudeste Asiático
- Victória Almeida
- Dec 26, 2017
- 2 min read
Intolerância, violência e abuso de poder marcaram o ano de 2017 na Ásia e deixam um sentimento de incerteza para 2018.

Principais acontecimentos
Myanmar
A grave crise que atingiu o país durante 2017, leva o grupo étnico minoritário dos Rohingya a abandonarem o país em direção à Bangladesh. Os Rohingya representam a maior porção de muçulmanos do país, que possui maioria budista. Excluídos do censo de 2014 e com direito de cidadania negado, os Rohingya fogem em massa para a região fronteiriça com Bangladesh, Cox Bazaar, após os ataques das tropas de Myanmar queimarem suas casas e atacarem sua população.
Dos 537.000 refugiados Rohingya que chegam à Bangladesh, mais de 50% são crianças. O Conselho de Segurança das Nações Unidas apelou ao governo de Myanmar para que os atos de violência cessassem, porém não impôs nenhum tipo de sanção ao país.
Península Coreana
Em 2017, a Península Coreana foi um dos palcos principais das dinâmicas de segurança do Leste Asiático, ganhando atenção regional e internacional. Os embates entre Coreia do Sul e Coreia do Norte se estendem desde o final da Segunda Guerra Mundial, quando da divisão da península Coreana. Em 2017, a Coreia do Norte alegou sucesso no teste de sua bomba de hidrogênio. Esta bomba, que pode ser levada por mísseis de longo alcanço, e as ameaças belicosas de Pyongyang tem como principais alvos os Estados Unidos, a Coréia do Sul e o Japão. Frente a este cenário, o Conselho de Segurança das Nações Unidas impôs diversas sanções pesadas ao país. A China, principal parceira econômica da Coreia do Norte, também passou a exercer pressão econômica e diplomática para que o país pare com seu desenvolvimento nuclear não pacífico.
Com a presidência de Donald Trump, as relações entre a Península Coreana e os Estados Unidos mudaram de tom, e as animosidades entre Estados Unidos e Coreia do Norte levam o conflito e a segurança do leste asiático para uma nova e ameaçadora realidade.
Filipinas
Com a presidência de Rodrigo Duterte, desde de 2016 o país vem sendo alvo de uma política linha dura no combate as drogas. Entretanto, esta política levou em 2017 a um aumento nos assassinatos extrajudiciais, colocando o país em situação alarmante frente aos principais relatórios de Direitos Humanos. Segundo o Human Rights Watch, o governo de Duterte e sua política anti-drogas e corrupção, levaram a ação indevida das forças policiais contra a população e até mesmo o uso de pessoal não identificado e armado em ações graves contra civis.
Com o começo do mandato de Donald Trump nos Estados Unidos, as relações entre os EUA e as Filipinas ganharam novo impulso. O apoio de Trump a Duterte e sua batalha contra as drogas, coloca o discurso norte-americano de Direitos Humanos na Ásia em cheque. Estima-se que desde o início do mandado de Duterte mais de 6000 pessoas foram assassinadas no país.
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