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Relações Diplomáticas entre Brasil e Venezuela

  • Aline Batista
  • Feb 4, 2018
  • 3 min read

Venezuela

Na América Latina, os governos progressistas chegaram ao poder no início do século XXI acompanhados de um discurso anti neoliberal e identificados por uma regência característica de esquerda. Os Poderes Executivos do Brasil e da Venezuela, ao longo desse ciclo político, eram conduzidos por figuras representativas e características do movimento. O venezuelano Hugo Chávez Frías, eleito à presidência em 1998 ,e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu posse do cargo em 2002, optaram pela construção de uma política externa proativa, e estabeleceram suas primeiras relações diplomáticas com a elaboração de projetos políticos semelhantes e em estratégias distintas para a América do Sul. A aplicação dessas iniciativas expressou certa "concorrência" entre esses Estados. Contudo, o antagonismo e a exclusão não eram possibilidades para um contato bilateral de “oposição” entre esses regimes.

Durante os últimos meses do governo de Hugo Chávez, a Venezuela encontrou-se internacionalmente noticiada por uma crise socioeconômica nacional, iniciada em 2013 e estendida após a sua morte, à presidência de Nicolás Maduro. Relacionando-se bilateralmente com o Brasil pela regência de Dilma Rousseff, o contato diplomático e comercial entre esses Estados continuaram e até se intensificaram positivamente. O que para a Venezuela significou um estreitamento das importações, para a economia brasileira essa proximidade desencadeou um acréscimo do saldo na balança comercial pelas muitas exportações venezuelanas. Quanto a isso, o especialista Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV-SP, constata que "O Brasil obteve muitos benefícios econômicos (na Venezuela) nos últimos 15 anos, e o chavismo era um sócio comercial confiável. Chávez e (seu sucessor Nicolás) Maduro deram preferência aos investimentos brasileiros.”

No entanto, desde o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016, o Brasil e a Venezuela encontram problemas em seus contatos diplomáticos. O afastamento entre esses dois Estados deu-se exponencialmente pela posse provisória de Michel Temer no Poder Executivo brasileiro e a nomeação de José Serra como Ministro das Relações Exteriores, atuação que ocasionou críticas às crises políticas e econômicas em ambos os governos. Questionando a legalidade da destituição da presidente brasileira, Nicolás Maduro acusou a oposição de atuar ao comando dos Estados Unidos: “A direita do continente desconhece a Soberania Popular. Pretendem que desapareçamos? Alerta, alerta que caminha”, escreveu em seu Twitter. Em segundo plano, em repúdio ao governo venezuelano a regência provisória de Michel Temer atuou com a investida de isolar Caracas de instituições como a OEA (Organização dos Estados Americanos) e o MERCOSUL, a suspendendo pelo descumprimento de obrigações e a sancionando pela ruptura da ordem democrática.

Todavia, independente do repúdio do governo brasileiro à regência de Nicolás Maduro, Brasília demonstrou certa incapacidade em pautar ações energéticas objetivando solucionar a crise venezuelana pela atuação diplomática. Atuando pela aplicação de suspensões e sanções econômicas através do MERCOSUL, o Brasil assume uma relação pragmática para com a Venezuela. Ainda assim, o discurso do Congresso brasileiro para a absolvição dessas medidas preza pelo exercício da democracia que, se atendido, devolverá à Venezuela a participação no bloco econômico, “Onde será recebida, naturalmente, de braços abertos” declarou Michel Temer, na 51ª Cúpula de Chefes do Mercado Comum do Sul.

Fontes:

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