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Retrospectiva Rússia, Índia, China e África do Sul

  • Radamés Rodrigues
  • Jan 3, 2018
  • 4 min read

O BRICS é um dos mais promissores projetos de cooperação internacional da atualidade. Desse modo, a equipe do Internacionalidades elencou cinco fatos que não poderiam deixar de estar em nossa retrospectiva internacional do ano de 2017, confiram:

IX Cúpula do BRICS em Xiamen, China – O tradicional evento anual dos BRICS ocorreu em setembro e foi importante para destacar novos e antigos objetivos dos BRICS.

A reunião anual do BRICS deste ano teve como anfitriã a China, o local escolhido foi a cidade portuária de Xiamen que recepcionou o evento entre os dias 3 a 5 de setembro. A tradução para o português da declaração de Xiamen pode ser acessado no site do Itamaraty.

As grandes questões da atualidade fulguraram nas discussões durante o encontro. Houve menções de preocupação frente à escalada das tensões na península coreana, o repúdio a fins não pacíficos para resolução dessa antiga querela e o compromisso com a desnuclearização.

Outras questões de governança global como a luta contra o terrorismo também entraram na pauta.

No plano econômico, o que mais chama a atenção é a política monetária independente – que visa contornar o uso do dólar nas transações entre membros do bloco. Esse projeto encontrou grande ressonância após a inclusão do yuan a cesta de moedas do FMI em 2016. Lembrando que o BRICS vem assumindo uma postura de revisão do sistema Bretton-Woods de Comércio Internacional.

Internet independente para os países do BRICS – Com o intuito de proteger os países do BRICS de possíveis disfunções da internet convencional, Vladimir Putin ordena conselho de segurança russo a criar internet alternativa.

O jogo de acusações entre Estados Unidos e Rússia em torno da questão da cyber-segurança tornou-se destaque nos noticiários russos desde a eleição de Donald Trump. Entretanto, em novembro, um novo capitulo foi adicionado a esta trama.

Durante uma reunião do Conselho de Segurança, o presidente Vladimir Putin deu um prazo até agosto de 2018 para que um sistema alternativo ao atual Domain Name System (DNS na sigla em inglês) seja implantado. A ideia e conectar as nações BRICS através desse sistema que, em teoria, seria mais seguro contra agências de espionagem ocidentais.

Entretanto, analistas ocidentais consultados pelo britânico Daily Mail acreditam que essa possa ser uma estratégia de Moscou visando criar um ambiente propicio para sua rede de cyber-espionagem.

Crise entre Índia e China em Doklam – A 9ª Cúpula do BRICS protagonizou o primeiro encontro de Xi Jinping e Narendra Modi desde o incidente na controversa área de Doklam.

Por mais de quarenta anos a disputa da remota região fronteiriça entre China, Índia e o reino do Butão foi tratado como um conflito velado, até que em meados de 2017 veio ao mundo imagens de hostilidades entre tropas chinesas e indianas nessa remota região do Himalaia.

O incidente iniciou-se em meados de junho e teve fim no final de agosto, as vésperas do Encontro de Cúpula do BRICS. A controvérsia começou após um batalhão de trabalho do exército chinês iniciar obras de melhoria em uma estrada na zona fronteiriça que é disputada por China e Butão.

A disputa, na realidade é travada entre a China e o pequeno reino do Butão. A Índia mantem uma postura de apoio as reinvindicações butanesas sobre a demarcação das fronteiras entre o Butão e a China. Essa disputa que chegou ao status de conflito em 1962 é um resquício do passado colonial e do choque de interesses imperialista nas colônias no século XIX.

A crise de governabilidade do presidente Jacob Zuma – Além do Brasil, a África do Sul também vem sofrendo com casos de corrupção ligados à própria figura do presidente do país, Jacob Zuma.

Desde meados de abril, a palavra de ordem nas grandes cidades da África do Sul é “Zuma must to go”! Essa tem sido a resposta popular a uma série de escândalos de corrupção ligados a figura do presidente. A demissão do ex-ministro das finanças do país e a subsequente recomposição da equipe de governo foram o estopim dos protestos.

A crise teve um impacto econômico que foi sentido logo no primeiro trimestre do ano com projeções de recessão e redução do PIB sul-africano. Houve nos últimos dois anos uma sucessiva queda nos indicadores econômicos do país, que tem relação direta com a crise política.

Devido a sucessivas perdas judiciais e ao desgaste político da figura de Zuma, este deixou o cargo de presidente do seu partido, o ANC e sofreu duas derrotas em batalhas judiciais na segunda semana de dezembro, tornando sua permanência no cargo incerta. Vale lembrar que Zuma foi absolvido em uma tentativa de impeachment no ano passado.

Visita de Trump à China – Após uma campanha eleitoral com slogans como “Vamos recuperar os empregos americanos roubados pelos chineses” o presidente Donald Trump faz sua primeira viagem como chefe de estado à China.

Esta foi uma importante escala em sua turnê pela Ásia, mas a prioridade desta visita se concentrou mais em questões de cunho econômico do que na problemática vizinha Coréia do Norte. Apesar do pedido de apoio a Xi sobre a questão norte coreana, Trump amenizou o tom de suas críticas ao dizer que “não culpa a China por lutar pelos seus interesses” o que fez parecer uma crítica a administração anterior pelo fechamento de postos de trabalho nos Estados Unidos.

O governo chinês, por sua vez, anunciou que irá rever algumas barreiras a produtos e serviços norte-americanos. Esse fato pode ser vantajoso para os Estados Unidos pois abrangerá setores como o de finanças, seguros e bancário.

Referências:


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